Girando em meio a poeira, o vento é meu corpo
de vento é meu torso, poeira são minhas células
Vagando em espiral sem freios, a consumir microdistancias
levando-as para o centro de minha ansia
Dominante no deserto eu sou início e fim
Senhor das tempestades e temido pelos maias
A epopéia mitológica não conta como nasci:
Dizem que sou filho do diabo, dizem que sou filho de saci
No rodopio das ansias infindas, a preencher minha matéria aérea
encontra-se meu olho-alma, vazio de forma etéria
Tempestes e solidão estão em meus genes, esta é minha sina
Sempre cabeça no céu e pés no chão.