quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Ouro bruto

Ouro bruto
Em minhas mãos
calejadas
e em sangue
de tantas pedras
de tantos cortes
de tanta falta de sorte
Não adiantaria
dar meu sangue
e gritar de dor
para a pedra
brilhar totalmente
seu dourado
sua luz
seu valor
Minhas mãos sangram
e ouro não cura
Minhas mãos doem
e a pedra não alivia
Devolvo-a ao rio
E repouso minhas mãos
sob a àgua
Vejo o vermelho seguir em fiapos
correnteza a dentro
Enquanto a pedra afunda
guardando seu brilho
para alguma lua
existente na margem interior
Rio a dentro